Thursday, July 16, 2009

Castelo de Vidro

Você despedaça meu castelo de vidro
Minha pequena princesa de cristal,
O tempo que me dás, não é necessário
Para que eu expresse todo o amor
Que lhe tenho e lhe quero dar.
Mas o teu coração ainda tem inquilino,
E não pode assim, aí me alojar.
Bem sabes tu, como anda meu coração,
E o que pretende essas veias cheias de amor.
Sem saída sou obrigado a te fazer saber,
Que vou roubar teu lindo coração pra mim,
E te levando comigo, farei feliz a tua vida!
Te afastarei do veneno que a macula...
E assim extirpar de uma vez por todas,
A imagem desse mal pagador que tu
Teimas em manter locatário de seu amor.

Lágrimas Suplicantes

Não consigo parar de pensar em seus olhos
Tão firmes e decididos a enfrentar os meus.
Um duelo de titãs, quem o vencerá?
Pois é. A batalha pode durar horas, dias talvez...
Mas ao encontrar tal adversário,
Segura-o ao teu lado, olhe em seus olhos
Sorva-lhe dos lábios todo o sulco.
Toque sua pele macia e deixe que ele
Derrame suas lágrimas suplicantes.
Sem sal, nem açúcar nem por isso
Menos angelical, menos amoroso,
Apenas um duelo a mais!
Então outro beijo fatal, o toque falal
Consumidor e consolador.
Toque de gozo, êxtase e de esplendor.

Morbidez

Dizem que a gente pressente quando vai morrer
Acontecimentos e fatos vêm à tona em nossa mente
Tão involuntariamente quanto as águas de uma cascata
Que despencam do desfiladeiro se esborrachando ao chão.
Comigo foi assim: tudo passando como num filme, mágico
Rápido, e indolor, primeiro a escuridão depois a luz,
Apenas veio vindo e fui-me indo, indo...
Fora tudo muito estranho, pois não sabia como era
Apenas me sentia leve e deixei as nuvens me levar.
Era como se eu pudesse voar.
Os pássaros passando em revoadas e aos bandos
Mas eram movimentos diferentes, sutis, sem pressa,
Aliás o tempo não existe aqui. Tudo é muito calmo
E a paz invade tudo e todos.
É muito bom, não existe saudade, choro, rancor.
Embora eu possa ver os meus; eles não podem me ver.
Assim, é preciso seguir a ordem natural da coisas.
Eu aqui, os outros lá...

Ausência II

Você desejo e sedução em jeito de menina
Pede colo, dá o colo , mostra teu colo de mulher
Como forma de tentar se entender.
Se extender...
Dá um tapa quando quer beijar,
Beija em forma de culpa, pois a cabeça
Confusa está. Quer sentir com o corpo
O quê, com a mente não dá conta de alcançar.
Quer carícia, traduzida em palavras de carinho.
Quer afago em forma de falo, buscando tapar
O buraco espiritual, pela moral que a carne não tem.
Seu beijo roubado talvez seja muito bom,
Mas tua voz denota falta de clareza
No caminho que se quer seguir.
Fica a vagar em círculos, perdida a esmo
Na floresta que você mesma plantou
Para si. Senta na sarjeta chorando
As lágrimas que tua vida lhe deixou.
Eis meu colo para ti, como forma de você
Descansar de sua ausência de si mesma.
E meu ósculo como forma de te amar,
E te fazer zelar por si e tua alma.
Recebe-me.

Ausência

Reclamo tua presença, como forma definitiva
De não anular, sua imagem de meu inconsciente.
Como meio, de não esquecer tua feição angelical.
Reclamo tua essência que já faz parte de mim,
Teu ruah para encher-me o espírito e fazer-me
Levantar de novo, sonhar de novo, de me libertar
De todas as cadeias que tentam me fazer cativo.
Mas você é o bálsamo às minhas feridas e ao
Teu toque me refaço todo e a tua luz me invade.
À sombra do teu olhar me enche de paz,
Seu tom de voz acalma meus dragões internos.
O abraço que de ti recebo me dá segurança,
Por isso, reclamo tua presença, como forma
De me recuperar do estado letárgico...
Da minha prisão medusiana,
Deste meu estado de pedra!

Você

Me arrastou para este lugar
Agora precisa iluminar a saída.
Me mostrar as setas que me levarão
De volta, outra vez, para eu tentar
Saciar um pouco a alma sedenta.
Que da tua presença está.
Envolve-me em teu olhar e mostra-me
Tua luxúria, como forma enganosa
De me ganhar e me fazer sentir amor.
Mas dura apenas um instante,
E logo eu quero mais e mais.
Toma-me pela mão e leva-me
Pro lugar de onde vim.
Eu não encontro você aqui e tudo
Fica tão escuro que até cega-me,
De tamanho o breu que estou.
Ajudaria se não zombasse de mim,
Do meu sentimento que tento
Exprimir, mas você não deixa.
Então, longe está o seu coração.
Sua luz já se apagou faz tempo
E é sabido isso em todo lugar.
Que me quer fazer perder também.
Mas eu sei que existe algo aí dentro,
Que um dia, você mostrou prá mim.
Vou tentar fazer você lembrar
Pelo toque de meus lábios,
Iluminar o seu olhar mais uma vez.
E ver você sorrir e se alegrar mais uma vez.
Nem que seja a última forma de fazer

Você saber, que eu te amo demais.

Guardei um doce para ti

Guardei um doce para ti, mas você não veio.
Na gula inserida neste inóspito ser, abocanhei-o.
E no abocanhar senti o prazer,
Que tenho de poder contemplá-la.
O doce, em Sua ausência tornou-se amargo,
Já o amargo adoçou-me as entranhas...
E o verbo rasgado cuspindo desvarios,
Da dor atenuada sobre a gravidez em mim gerada,
Que suspira por parir você prá mim.

Tem carta para ti.

Aqui ó, uma coisa surgindo,
Na mente inquieta, cutucada
Pela falta de sono.
Queima feito álcool no sangue.
Se arrefecendo e
Aquecendo os sentimentos.
Einstein se vivo, gostaria de ver
O turbilhão de energia concentrada
E Se expandindo na “caxola”.
Eu tava dormindo, mas A Mente
Mandou: levanta-te, tem carta para ti.

Mente

Estive tentando sorver suas idéias,
Mas o maço de neurônios incumbido
Disso, relegou-se à pensar, estava...
Em greve!
Reivindicava direitos,
Obscuros,
Intangíveis...
Direitos...
Que direitos pode ter energia oca?
Sabe lá Platão que idéia é essa!
A mitologia antiga ainda tenta
Seus insights por aqui ó...
Duvidas?
Tente os ter então!

Martelando

Tonho-da-Lua que sempre fui
Me vejo vagando na noite insone,
Tateando canetas-vaga-lume,
Que cuspam tinta fervente pela
Pressão da m�o obediente, que psicografa
Inteligíveis idéias auscultadas nos
Relâmpagos púrpuros inimagináveis da
Noite longa, longe de casa...
O trem já partiu, mas há ainda o
Espaço eterno da espera
Pelo próximo vagão



Poeta Sonâmbulo

Que louco acorda de madrugada,
Para tecer palavras num papel
Tão opaco quanto a cor do tempo?
E palavras, como que cuspidas
Em idéias e possibilidades infindas,
Cujo próprio autor nem mesmo concorda...
Loucura essa dessa mente atribulada,
Que esquadrinha sistematiicamente seu
Ócio notívago, como forma de se cansar
Para depois dormir o sono दंतेस्को
No frescor gélido desta manhã.
O poeta, sim o poeta Este que quer
Sua boemia noturna estampada
Em capa de blog,
Ou nos neons que aturdem-no
Pelo mandado da mente:
ESCREVA!

Silêncio Ferido

Meu silêncio está ferido,
Muitas vozes falam ao mesmo tempo.
Mas não encontro sua voz em meio a tudo.
Apenas o vazio esperançoso de ouvi-la,
Não consegue calar.
A sintonia de nossas ondas se desfigurou.
Sinto um abismo abaixo de mim, e as fagulhas
Que sobem crepitantes, assustam-me,
Onde haviam certezas há dúvidas.
Onde a coragem morou, está o medo.
Medo de tudo se esvair...
De se ausentar de mim a tua essência.
Sei que amar dói e é preciso seguir adiante,
Para ver mais estradas no horizonte.
Mas, temo não encontrar o meu caminho,
Minha luz se apagar, e de novo eu ficar no vazio.
Anseio por vislumbrar-te de novo...
Ascender ao seu amor primeiro...
Te encontrar no meio da bagunça,
Que está meu coração.
E com a luz do teu olhar, iluminar
A escuridão!

O concreto do amor em rebeldia

Vidas recortadas, tal qual colcha de retalhos
Estendida em varal de fino fio,
Qual ligação intermitente de sentimentos
Indeléveis a palpitar como boca de vulcão.
A cuspir aspirações ferventes, de dentro
Para fora com a força da renovação em si contida.
Cada flash uma lembrança, cada riso uma
Esperança, para cada palavra uma sentença.
A deliberar sobre os caminhos até aqui percorridos.
Os sentimentos sorvendo um ao outro e incorporando
As metáforas desejosas de se tornarem
Memórias constantes, firmes e sólidas.
O concreto do amor em rebeldia.

Tuesday, July 07, 2009

Morte

Eu passei naquele momento,
Por aquele lugar de que tanto
Gostava...
Ela me espreitava na esquina,
Nem a vi, também não poderia vê-la.
Mas quando virei a rua,
Esbarrei-me com uma mulher de tal,
Formosura,
Estonteante beleza, vestida num comprido
De seda, reluzente ao afago argenteo.
Sua face iluminada, seu sorriso delirante,
Conquistou-me com facilidade.
Ébrio fiquei ao fitá-la nos olhos...
Comigo pensei: só pode ser uma deusa.
Ela tomou em suas mãos meu rosto e
Colando seus lábios nos meus, transportou-me dali.
Pensei de novo comigo: será a minha sorte?
Ouvi seu sussurro: não é um beijo da morte.